segunda-feira, 29 de julho de 2013

O personal


- Olha essa postura!
- Controla a respiração, pega menos ar e expira mais.
- Levanta a cabeça!
- Encaixa o quadril, o ombro caiu por quê?

Desde o ano passado tenho escutado, quase que diariamente, essas palavras. E todas elas têm sido mais do que úteis na minha vida atual, diria, essenciais.

Essenciais porque vem de alguém mais do que parceiro nesse momento da minha vida: o cara que além de personal trainer tornou-se meu amigo e conselheiro pra muitos momentos da vida.

Imbatível como personal. Me fez acreditar que estabelecer metas e ter disciplina nos leva a qualquer lugar. Pura verdade! Detalhista ao extremo, tem sido perfeccionista no cumprimento dos treinos e execução dos exercícios. Nunca poderia imaginar que seria possível correr 10 km, para quem nem conseguia andar 2. Ou ainda executar um treino em que eu pudesse sentir perfeitamente os músculos trabalhados.

Impressionante como amigo. Nossas conversas sobre todos os assuntos – sim, ele tem milhões de histórias pra contar – têm dado a tônica de nossas tardes de treino. E tenho aprendido muito sobre a vida, sobre as pessoas e como conviver com elas, sobre como sorrir é essencial e pode acabar com uma briga ou simplesmente com um dia de mau humor.

É interessante ver o “doctor” gerenciando seus milhões de compromissos, horários, troca de horários, alunos chatos, distâncias longas entre as aulas. Porque mesmo nesses milhões de problemas sempre teremos uma risada, ou pelo menos um comentário irônico que não vai deixá-lo chateado. Sempre seguidos de uma história que parecia muito complicada e resolveu-se de maneira muito simples.

Aliás, simples é como me faz parecer toda a jornada de treinos que temos desde março. Depois de mais de um ano desperdiçado (eu mais faltava do que ia, e quando ia, fazia pouco), ouvi que o importante é o que virá pela frente, que o passado ficou, e que tudo o que temos adiante será simples, se for focado e bem feito. Talvez seja por isso que emagreci mais de 25 Kg em apenas 5 meses.

Doctor, a cada dia são melhores nossas tardes de educação física e mental. Tenho certeza de que você é grande parte de toda essa mudança que tem acontecido, e que já faz parte de um pedaço importante da minha vida.

Muito obrigado, professor, amigo, conselheiro e fã: Wilse Chico!




segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sing the changes


Muitas das pessoas que me conhecem sabem que uma das coisas em que eu acredito é em mudanças.

Costumo dizer que “mudanças são sempre boas, não importa o que elas nos ofereçam”. Principalmente por um único motivo: elas fazem com que sejamos retirados de nossa zona de conforto.

Às vezes é uma travessia longa, dolorosa, cheia de espinhos e obstáculos. Mas ao mesmo tempo servem para que analisemos com outro ponto de vista tudo o que nos cerca. Uma mudança, mesmo que forçada, pode nos levar a horizontes que nunca pensávamos em conhecer.

Em alguns momentos elas são completamente necessárias, em outros nos pegam de surpresa com algum acontecimento inesperado. Em boa parte das vezes elas só dependem dos nossos movimentos para que aconteçam.

Quando os Beatles se separaram, em 1970, muito se falou que a carreira solo de cada um não ia durar, pois o grupo teria sucesso apenas enquanto os fab four estivessem juntos. Foram supercriticados. E essa mudança trouxe álbuns maravilhosos de cada integrante e uma carreira de sucesso estrondoso a cada um (Paul McCartney é o maior exemplo disso).

A mesmice nos envelhece, não traz progresso. Pode restringir a vida de uma pessoa a apenas um universo, que muitas vezes é vazio, mas traz uma felicidade instantânea, mesmo que destrua a pessoa em um universo macroscópico. Muitas vezes não notamos o que estamos fazendo porque nos é cômodo manter sempre as mesmas condições, as mesmas coisas, os mesmos sentimentos. Porém, não há ninguém que possa nos convencer a mudar de comportamento. Apenas vai acontecer algo se você mesmo quiser.

Por isso, tente fazer mudanças em sua vida. Saia de casa um dia por outro caminho, faça novos amigos, olhe novamente para as coisas e pessoas que não te agradam. Às vezes é sua opinião que pode ser mudada. Mude a estação do seu rádio, cante as músicas de outros artistas que não são os seus preferidos. Cante as mudanças!

Se elas não derem certo, não há problema. Até as 24 horas do dia vão mudando. Logo após a noite de hoje, mudaremos para um novo dia, logo mais uma nova estação, um novo ano. Sempre podemos mudar de novo!

E mesmo que você ache que já passou da hora de mudar alguma coisa, fique tranquilo. Essa contagem de tempo não anda pra trás. Não se olha o passado nesses casos, nem aquilo que não fizemos. Só vai importar quando seguirmos adiante e mudarmos o que vem pela frente.

Amigo leitor, deixo com Charles Chaplin o final desse texto. Acho que ele pensava mais ou menos desse jeito. Levou a um mundo degradado pela guerra o dom da comédia, a maior mudança que podia levar a um ser humano: a substituição da dor por um sorriso.


“Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre”. (Charles Chaplin)


sábado, 13 de julho de 2013

It´s rock'n'roll!


Uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida foi ter amigos inteligentes e de bom gosto. Meu primo Maurício Jabur definitivamente foi a primeira pessoa que me ensinou a gostar de música boa. A partir daí me tornei o mais novo fã do rock'n'roll.

E certamente, minha melhor lembrança, foi ter ganho de presente de alguém mais do que especial que passou pela minha vida, o disco que tinha essa canção do vídeo abaixo, que até hoje me faz lembrar a frase que sempre escutei e falei:

"Long live rock'n'roll"



Feliz dia do rock!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Interlúdio


É um trecho musical entre duas cenas, dois atos.

É aquele momento entre sentir o cheiro e o gosto das bolhas de um vinho na boca. Ou o exato tempo de duração de um eclipse, quando a lua cobre o sol por completo. Uma bolha de sabão estourando e virando água novamente, o tempo entre a primeira e a segunda gota de chuva.

É o instante entre o sonho e o verdadeiro, quando acordamos. O esperar e o viver. A linha tênue entre o carinho de uma amizade que se vai e o frio na barriga de um amor que chega.

Ou ainda, aquela sensação instantânea que antecede um beijo, que se lutou tanto pra conseguir.

Pode ser um segundo em que respiramos, nos preparando para enfrentar uma jornada difícil, cheia de provações. Ou aquele momento que antecede o fim de uma passagem ruim da vida, quando já temos a certeza que acabou.

É sentir a diferença entre a alegria e o medo, em apenas um segundo. Ou ainda entre perder e conquistar ou a certeza e a dúvida. Uma poeira do tempo em que se pensa se vale a pena desaparecer ou se mostrar de peito aberto.

Na existência de uma pessoa, é aquele momento em que se pairam todas as dúvidas entre uma fase e outra da vida. Uma espera que pode durar muito tempo, que vai nos parecer interminável, mas que vai passar. Afinal, só dependeremos do tempo, e ele não vai falhar, nunca.


E quem sabe se é um momento real ou se apenas estamos sonhando? Se for um sonho, que seja um daqueles que termine logo. E se for real, que esse interlúdio da minha vida passe rápido, bem rápido.


domingo, 7 de julho de 2013

De 2013: Foco, Paciência e Amor (Parte 3)

Parte 3 - Amor

“Todo amor é eterno. E se acaba, não era amor” (Nélson Rodrigues)



Ao amor só cabe uma definição: único. Não os escolhemos, não tem idade nem diferença, não se desgasta nem acaba.

Ficamos cegos, fazemos milhões de bobagens em seu nome. Por ele arriscamos tudo, colocamos em prática todas as loucuras que nos cabem (ou nem nos cabem). Mas ao mesmo tempo o amor faz tudo valer a pena e transforma cada bobagem em algo irrisório frente à felicidade que ele nos traz.

E quando ele aparece, e o vivemos, chegamos ao ponto máximo da vida! Uma vida que naturalmente vira duas, dobra nosso espaço, nossa felicidade. Esqueceremos de qualquer coisa, perdoaremos tudo, suportaremos e daremos até a nossa vida pela pessoa amada.

E por falar em pessoa amada, a sua capacidade de ficar sozinho vai terminar quando ela ou ele aparecerem em sua vida. Nunca mais você vai levantar de sua cama e pensar em outra coisa além de quem você ama. Suas preferências serão primeiro as dela, todas as coisas que você fizer ou comprar serão primeiro pensando em seu verdadeiro amor. Nunca mais haverá apego ou egoísmo, pois o prazer em dividir tudo (inclusive a vida) será sempre maior do que qualquer coisa. Seu objetivo de vida será sempre proteger e cuidar de quem se ama.

E sim, você vai sentir aquele mesmo frio na barriga até o final de sua existência. Vai sofrer quando suas mensagens não forem respondidas. Não vai conseguir ficar longe, mesmo que tenha que ficar nem vai conseguir esquecê-lo, caso as circunstâncias te obriguem a isso. Pode ser que ele adormeça, mas quando você menos esperar ele volta, às vezes, até numa simples troca de olhares ou em um “psiu”, numa mensagem de texto.

Preferia viver apenas um dia com um verdadeiro amor, ao invés de passar uma vida com alguém que não nos completa totalmente. Mesmo não sabendo disso, pois só sentiremos falta dele depois que o encontrarmos. Eu já encontrei o meu, e mesmo que ele não esteja aqui comigo, não me incomodarei em esperar o tempo que for necessário (até o final da vida, se for preciso).

Se você não passou por isso ainda, amigo leitor, tenha certeza de que uma hora o amor vai acontecer. Se você já o encontrou e ele está aí do seu lado nesse momento, aproveite muito, todos os minutos de sua vida.

Caso você já tenha descoberto, mas ainda não o fez pleno, não desista nunca, nem desapareça, principalmente não chore. Ele já aconteceu quando você o encontrou. Basta ter convicção e esperar para cumprir a mais importante jornada (talvez única) da vida.


E assim se realizam os sonhos: foco, paciência e amor!

sábado, 6 de julho de 2013

De 2013: Foco, Paciência e Amor (Parte 2)


Parte 2 - Paciência

“Aquele que tiver paciência, terá o que deseja” (Benjamin Franklin)


Talvez nada seja mais difícil do que ter paciência. Conquistá-la é um grande desafio pra muita gente, e boa parte dos que tentam ficam pelo caminho. Sua falta é sentida de maneira enorme por quem cometeu o ato da impaciência.

Eu diria, amigo leitor, que é a mais importante das virtudes de uma pessoa. Às vezes não precisamos de nada, só dela para fazer os obstáculos sumirem. É a única solução para os males sem solução. De certa forma não há nada que não possa ser resolvido com paciência.

Porém, de sua existência decorre o seu maior inimigo: o tempo. Na maioria das vezes achamos que não temos tempo para que as coisas se resolvam. E temos! Se esperamos até agora, porque se precipitar? Mas nossos instintos e, talvez nosso ritmo de vida, levam-na embora sem que sequer ela se manifeste.

Quantos relatos de coisas que deram errado temos porque nos faltou paciência? Quantas vezes fomos traídos pela falta dela e dissemos: - Poxa, se eu tivesse esperado só mais um minuto...

E quando se tem paciência, quando a conquistamos ou, quando simplesmente ela aparece depois de uma vida de atropelos, a sensação de conseguir realizar um objetivo apenas por esperar é a melhor que se pode ter. É a sensação de sabedoria, de equilíbrio, de algo que nos tranquiliza, mesmo que, futuramente, muitas tempestades apareçam.

Portanto, se algo deu errado, tenha paciência. Se era pra dar errado, ela tornará tudo mais leve. Se era pra dar certo e não deu, a espera vai se encarregar de colocar as coisas nos eixos, mesmo que, pra isso, quase a esgotemos. Às vezes precisamos de uma vida inteira de espera para sermos felizes.

Mesmo que essa espera nos pareça eterna, acredite, vai valer a pena cada minuto que ela nos angustiou. Afinal, o destino sempre faz muitos rodeios para chegar a qualquer parte.


E se um dia, tivermos a sensação de que ela se esgotou, lute, seja firme, e lembre-se que somente os que a tem são fortes. Um momento de intolerância e precipitação pode acabar com o equilíbrio de toda uma vida. Então, nada de perder a paciência hein!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

De 2013: Foco, Paciência e Amor (Parte 1)


Parte 1 – Foco

É a prioridade número um de quem quer se equilibrar. Tomar a frente daquilo que se precisa fazer é algo mais do que necessário quando se quer realizar objetivos. Ao contrário do que se pensa, nunca devemos estar atrás daquilo que queremos, porque nunca haverá foco se não houver determinação em encarar as coisas.

E, com o foco, elimina-se a desculpa. De deixar o que tem de ser feito de lado. Entram em ação todas as forças, energias e atitudes que o ser humano às vezes se esquece que tem. É um mergulho de cabeça, uma ação quase sem volta, uma explosão de sentimentos positivos e de determinação. Quase uma droga que nos empurra pra frente de tal maneira, que às vezes nem imaginávamos que podíamos conseguir.

Essa força é capaz de derrubar qualquer tempestade. O foco praticamente nos cega de momentos difíceis, porque sabemos que colheremos os frutos no final. Algo que se faz de maneira correta e focada, independente dos obstáculos, nos gera uma sensação instantânea de que foi a melhor coisa que fizemos em toda a vida. Pode mover montanhas se quisermos.

Acredite, foco é simplicidade. É executar as coisas que achamos as mais terríveis de maneira eficiente, simples, concisa, quase cirúrgica. Uma visão completamente positiva de que tudo pode ser executado de maneira muito fácil, é um tiro certeiro naquilo que queremos derrubar.

Sair do foco pode ser a maior derrota que sofreremos. É jogar fora em segundos tudo o que se plantou, é chegar perto da realização de uma vida e jogá-la fora. É transformar certezas em dúvidas, muitas vezes que nunca se esclarecerão.

Portanto, se você tem algo a fazer, faça! Tente se equilibrar e focar-se naquilo que mais te interessa. Seja em uma realização pessoal, no trabalho, no amor, na vida. Deixe de pensar que as coisas que nos prejudicam ou nos magoaram possam ser um empecilho. Somos os responsáveis principais pelo caminho que trilhamos, cabe apenas a nós fazer a vida dar certo.




segunda-feira, 1 de julho de 2013

Cartas para Marina


Foi apenas um encontro. Intenso. Pra vida toda. Os que se seguiram foram hesitantes, medrosos, contrariados. Algo os afastava, mas ao mesmo tempo mostrava que não era isso que deveria acontecer.

Tentaram, não conseguiram. Por mais que ele quisesse, rendeu-se ao medo. Fez questão de esquecer o telefone dela, mudou o número do seu. Fez força para recomeçar, percebeu que o silêncio das madrugadas o deixava calmo. Tornou-se uma pessoa quieta e introvertida, seus dias passavam mais rápido desse jeito.

Depois de algum tempo e um turbilhão de dúvidas escreveu um e-mail. No título: “Cartas para Marina”, mostrou alguma intenção de pelo menos mandar alguma notícia de sua vida de vez em quando. Não teve resposta.

Pelo menos lhe fez bem escrever. Desejou-lhe feliz aniversário, no ano seguinte de novo, e nos cinco anos seguintes que se passaram. Contou da morte de seu cachorro, de seu retiro no Tibet, da perspectiva diferente que havia adquirido da vida. Explicou-lhe como havia um método filosófico que o deixara mais paciente e tolerante. Nenhum sinal.

Tentou prever suas ações: sua formatura na faculdade, seu casamento, o ambiente de trabalho, o apartamento que um dia sonharam em ter, onde ela sempre quis esperá-lo no sofá na volta do trabalho. Dias e mais dias sem nada.

Contou que havia voltado, que ainda estava sozinho. Explicou-lhe (como sempre fazia) que amor nunca acabava, e que uma vez que ele passa, findam-se as chances de ser feliz por inteiro. Deixou claro que ainda fazia planos, mesmo depois de tanto tempo. A essa altura já não tinha quase nenhuma esperança de que ela recebesse suas cartas. Era quase que uma espécie de diário, que era enviado para algum lugar do passado.

E depois de várias tentativas, um dia finalmente assinou a carta como última, reafirmou tudo o que havia dito em todas as outras, manteve a promessa de protegê-la, e a esperança de que tudo que os afastava era fraco, perto do que podia uni-los. Terminou com um até logo, mesmo que soubesse que aquilo era um adeus. Fechou suas publicações para sempre.

Mas um dia alguém bateu. Ele não reconheceu a princípio a moça de cabelo mais curto e louro. Apenas percebeu quando viu o mesmo olhar que o fascinou e nunca saiu de sua cabeça. No meio daquele bolo de cartas impressas apenas uma frase vinda da moça:

- Só trouxe as cartas e mais nada. Mas a história de nossa vida você já escreveu. Chegou a hora de segui-la.