terça-feira, 30 de abril de 2013

Se você pode sonhar...



A frase é de Walt Disney: “se você pode sonhar, você pode realizar”. O motorista de ambulâncias de 16 anos, em plena primeira guerra mundial, sempre sonhou fazer filmes para todas as crianças que existem dentro de nós. Conseguiu ser produtor cinematográfico, diretor, cineasta, animador e dublador e produzir seu primeiro filme. Sonhou com a Disneylândia, procurou parceiros e realizou seu sonho de ter o maior parque do mundo.

O que seria da vida se não sonhássemos? Fazer planos é quase tão importante quanto um trabalho, um abraço, uma tarde de outono (eu adoro!). E mesmo assim tem gente que duvida de que eles sejam possíveis.

Ainda bem que, por exemplo, Pelé não duvidou. O rei do futebol foi dispensado de vários clubes nos testes que fez quando menino. Não deixou de sonhar, foi para longe de casa acolhido pelo Santos e, pra nossa sorte, levou o Brasil a ganhar tudo que disputou no futebol.

A música, então, é o poço dos desejos dos sonhos. Quanta gente boa ouviu milhares de “nãos” de gravadoras, empresários, produtores e donos de casas de shows. E não desistiram de sonhar! Eddie Van Halen – na minha opinião o melhor guitarrista que já existiu – ganhou uma bateria de seu pai. Trocou por um piano, mas nunca deixou de sonhar. E foi com uma guitarra montada peça por peça (conhecida como Frankenstrat), que o músico tornou-se um ícone do rock´n´roll.

Mesmo assim muita gente acredita que a dúvida é um benefício:
- Ah, será que vou conseguir? Acho que não.

Nunca trocaria um desejo que deu errado pela dúvida de não ter tentado.

E no amor? Como é bom quando você se apaixona e é correspondido. Mesmo quando você tem ajuda da sorte, ou do acaso, é maravilhoso quando alguém que nunca o notou de repente lhe corresponde com um sorriso. Ou quando quem está longe volta, ou quando você sabe que teve que esperar muito, mas o dia de ser feliz para sempre chegou. O amor é a sensação maior do sonho realizado.

Uma vida cheia de sonhos é quase um combustível para que tenhamos perspectivas de algo maravilhoso em nossa existência. Fazê-los acontecer é um desafio instigante, cheio de caminhos tortuosos e difíceis.  Realizá-los é a maior recompensa, a certeza de que seremos plenamente felizes em muitos dos momentos que procuramos na vida.

E se você acredita, corra atrás dos seus sonhos. Lute, tente, espere, seja forte, chore, não desista. Se você quebrar a cara, pelo menos soube que era possível. E se conseguiu, parabéns! Você ganhou uma realização instantânea de uma vida maravilhosa.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Anos incríveis




Em 1995 eu tinha 18 anos. E em 1995 as coisas eram completamente diferentes do que são hoje. Não havia TV a cabo, internet, os telefones celulares eram coisas absurdamente gigantes e caras.

Naquela época nossos maiores divertimentos eram nossos recém-comprados aparelhos de CD e as séries da televisão – que ainda engatinhavam no Brasil. E a trilha sonora de uma dessas séries me colocou no caminho de um de meus programas de TV favoritos.

Anos Incríveis era uma série de televisão que mostrava a vida da família Arnold no subúrbio dos Estados Unidos, no final da década de 60. Por trás do personagem principal, o caçula Kevin, todos os desafios de um adolescente. Seus medos, sua vontade de crescer, suas paixões.

Narradas por um Kevin agora adulto e casado, eram lembranças de uma vida como a nossa, que nos emocionavam, nos deixavam tristes, felizes. Quase um retrato da vida com cerca de 25 minutos de duração, recheados de clássicos musicais dos anos 60 e 70, que iam desde A Little Help from my Friends, abertura interpretada maravilhosamente por Joe Cocker, passando pelos Roling Stones e pelos Beatles.

De certa forma, aquele programa diário, às 20h na TV Cultura, me transportava para um universo que eu também vivia. Assim como no seriado, também tive a ansiedade pelo primeiro carro, também tive uma banda de garagem, os medos de quem se apaixonava pela primeira vez, ou qual rumo seguir com o término do colegial.

Além disso, também conheci situações que nunca passaria nessa vida: o duro fardo de ser o caçula de uma família com um desmiolado irmão mais velho (agradeço por ser filho único), uma irmã hippie, um pai ausente e uma mãe que vivia em seu próprio mundo de Oz.

E foi com essa mensagem que descobri que muitos dos adolescentes daquela época tinham os mesmos valores que eu: aprendiam a respeitar e ouvir os mais velhos, descobriam que os professores ensinavam mais do que uma simples aula de matemática, que o amor era inesperado e imprevisível, só temos que entrar com o coração, e esperar que tudo dê certo.

Há algumas semanas tenho assistido novamente aos episódios das 6 temporadas exibidas entre 1987 e 1992. E hoje, vendo o Kevin Arnold narrar seus episódios de sua adolescência, me senti exatamente do mesmo lado, escrevendo minhas memórias de menino neste blog.

Com a certeza de - assim como ele - ter vivido maravilhosas histórias dessa época para poder contar.