Costumo dizer que mudanças são sempre boas. E o
primeiro contato com elas pode nos atingir de muitas maneiras, mas são, de
fato, inesquecíveis.
Desde sempre estive em contato com a tecnologia,
mas seria a primeira vez que participaria ativamente na realização tecnológica
de um evento. Não era algo solitário nem isolado, toda a experiência do
Mauricio, meu primo e sócio, me acompanhariam naquela nova jornada.
UFC Belo Horizonte, maio de 2012. Fomos contratados
para desenvolver uma ação tecnológica chamada Punch Hero. O objetivo do jogo era acertar socos em um boneco Bob,
seguindo as orientações de tempo e intensidade mostradas em um telão. O boneco
de academia era equipado com sensores no queixo, têmporas, peito e cintura.
Uma das dificuldades da montagem é que, até a
realização do evento, as coisas mudam a cada minuto, não há alguém mais
indeciso do que o cliente final. Chegamos na véspera do evento com alguns
ajustes pra fazer na programação, algo que nunca me preocupou, pois sabia que o
Maurício daria conta.
Minha primeira e decisiva missão era blindar meu primo das intervenções
externas, precisávamos evitar perguntas do tipo:
- Você vai
conseguir? Vai dar tempo? Falta muito?
Como um leão de chácara fiquei lá, impávido, dentro
daquele cenário que simulava um ringue de luta, ouvindo todo tipo de conversa e
palpites dos maiores especialistas do
mundo, os curiosos.
Estranho que o acaso não houvesse se feito
presente, ainda. No teste de som do ringue de luta, algum americano com o maior
sotaque do mundo fazia-se ouvir:
- One two!
Two.
E por algum motivo, não me pergunte, talvez porque
o ócio e a idiotice andem juntos, aquilo me soou como:
- Uai FC!
Cê.
Afinal estávamos em BH.
Caí na besteira de falar pro Mauricio. E cada vez
que o cidadão repetia o tal do teste de som, tínhamos que parar tudo pra
gargalhar.
Essa bobeira durou 6 meses aproximadamente.
Qualquer coisa que tivesse a letra C virava Uai FC, mesmo quando se estava indo
viajar no terminal C do aeroporto. Ou quando alguém falava de você. Cê!
Terrível.
Hoje, depois de quase um ano, vi o Mauricio
terminando um programa para uma reunião que temos amanhã. E foi inevitável
olhar pra ele, lembrar da frase e da foto abaixo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário