sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Uai FC


Costumo dizer que mudanças são sempre boas. E o primeiro contato com elas pode nos atingir de muitas maneiras, mas são, de fato, inesquecíveis.

Desde sempre estive em contato com a tecnologia, mas seria a primeira vez que participaria ativamente na realização tecnológica de um evento. Não era algo solitário nem isolado, toda a experiência do Mauricio, meu primo e sócio, me acompanhariam naquela nova jornada.

UFC Belo Horizonte, maio de 2012. Fomos contratados para desenvolver uma ação tecnológica chamada Punch Hero. O objetivo do jogo era acertar socos em um boneco Bob, seguindo as orientações de tempo e intensidade mostradas em um telão. O boneco de academia era equipado com sensores no queixo, têmporas, peito e cintura.

Uma das dificuldades da montagem é que, até a realização do evento, as coisas mudam a cada minuto, não há alguém mais indeciso do que o cliente final. Chegamos na véspera do evento com alguns ajustes pra fazer na programação, algo que nunca me preocupou, pois sabia que o Maurício daria conta.

Minha primeira e decisiva missão era blindar meu primo das intervenções externas, precisávamos evitar perguntas do tipo:
- Você vai conseguir? Vai dar tempo? Falta muito?

Como um leão de chácara fiquei lá, impávido, dentro daquele cenário que simulava um ringue de luta, ouvindo todo tipo de conversa e palpites dos maiores especialistas do mundo, os curiosos.

Estranho que o acaso não houvesse se feito presente, ainda. No teste de som do ringue de luta, algum americano com o maior sotaque do mundo fazia-se ouvir:
- One two! Two.

E por algum motivo, não me pergunte, talvez porque o ócio e a idiotice andem juntos, aquilo me soou como:
- Uai FC! Cê.

Afinal estávamos em BH.

Caí na besteira de falar pro Mauricio. E cada vez que o cidadão repetia o tal do teste de som, tínhamos que parar tudo pra gargalhar.

Essa bobeira durou 6 meses aproximadamente. Qualquer coisa que tivesse a letra C virava Uai FC, mesmo quando se estava indo viajar no terminal C do aeroporto. Ou quando alguém falava de você. Cê! Terrível.

Hoje, depois de quase um ano, vi o Mauricio terminando um programa para uma reunião que temos amanhã. E foi inevitável olhar pra ele, lembrar da frase e da foto abaixo.





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