Não ia ficar em casa naquele verão. As férias a
aguardavam! Saiu, tentou conhecer todos os lugares novos que desejou um dia.
Escolheu a plantação de girassóis pra começar. Amou.
Passou pelos maiores vinhedos do mundo. Sujou a mão e a roupa com todas as
variedades da fruta. Deliciou-se por horas a fio.
Queria subir na torre incrustada no morro, à beira do
mediterrâneo. E assim o fez. Seu maior sonho era andar na praia rochosa e
sentir a chuva fina que caía em seu rosto lhe refrescar o dia. Conseguiu, quis
ficar ali pra sempre.
Fez amigos reais de férias. Conheceu gente de todo o
mundo, passou tardes incríveis de muita risada. Aliás, era difícil não ficar hipnotizado
por aquele sorriso lindo, inclusive naquela foto que publicara para os amigos.
Conversou por muitas noites com seus amigos
imaginários, naquele deck. O cheiro das orquídeas era inevitável e
inesquecível. Sua consciência a levou pra bem longe de tudo, quase do mundo.
Assim as férias se passavam. E a cada dia percebia
que a angústia roubava um pedaço do alívio de seu coração. E de seu verão. Não
era mais a pessoa realizada de antes.
Começou a notar que nada que ela era e sonhava era
novo. Tudo o que ela queria era estar com quem ficou. Os dois sabiam. E era tão
fácil, mas ela nunca havia tentado.
Não conseguiu comunicar-se. Mensagens se foram, como
o vento daquele vale em que estava. Não voltaram. Chorou lágrimas mais espessas
do que aquela tempestade que caía. Viu seu chão afundar junto com a neve alta das
ruas, até o último dia de viagem.
Tinha certeza de que seu verão nunca tinha saído de
lá. Agora ela só queria que ele a esperasse...
E ele esperou.
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