Naquele dia lindo de sol tudo o que precisava se
lembrar era do beijo apaixonado e que estaria aquecido ao lado dela. Foi o que
ele fez. Teriam tanta coisa pra viver a partir daquele momento.
Prometeu protegê-la pra sempre, ela era tão pequena. Tomou-a
nos braços e levantou-a. Aqueles minutos de caminhada de mãos dadas pareciam
dias ou anos.
No dia seguinte de chuva, perceberam que eles eram
tão diferentes, ninguém entenderia como se sentiam. Ainda tentou ficar próximo
dela, mas a chuva só aumentou.
Foram vencidos pelas águas daquela tempestade,
misturadas com suas lágrimas. E ele foi embora.
Assim, por anos e anos, a chuva não passou. Quis
voltar, quis ligar. Cada vez mais um dilúvio o atacava. Começou a se perguntar
por quê.
Sabia que precisaria se molhar um dia, nem que fosse
pra ver as cicatrizes que a chuva deixara. Criou coragem e olhou através dessas
marcas. Encontrou apenas um vazio.
Chorou mais um oceano ou dois. Sabia que não devia
ter ido. Ficou sentado ali por muito tempo, esperando pra ver se tudo aquilo
secava.
Todavia a chuva que uma vez a fez tão pequena, também
a fez tão forte. Cansou-se de esperar. Foi buscá-lo no meio da correnteza. E
tirou-o.
Tudo para que a chuva passasse. Pra sempre.
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