terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Os irlandeses




Tenho que reconhecer. Apesar de ter apontado o Depeche Mode como minha banda favorita, não posso deixar de citar com igual respeito um conjunto a que já assisti 8 vezes ao vivo, que também tenho todos os discos e que não sai de meu ipod nunca.

Comecei a ouvir o U2 também no começo dos anos 90, porém o contato inicial não foi muito bom. Desde a metade dos anos 80, eu já conhecia algumas músicas que tocavam no rádio, mas, para mim, nada de diferente. Apenas mais uma banda pop de sucesso.

Porém em 91, quando um amigo me emprestou um disco que continha algumas gravações ao vivo, fui conquistado. As apresentações viscerais me levaram da condição de ouvinte para fã.

Comprei os discos antigos, os novos, conheci músicas. Fiquei louco para assistir aos shows que havia em vídeo. E, como fã, sempre fui a favor de tudo que os irlandeses faziam.

Por isso gostei quando nos anos 90 o U2 mudou o tipo de som. Achei muito bom a experimentação eletrônica presente nos discos Zooropa e Pop. Também, ao contrário do que os críticos musicais costumam dizer, (em minha opinião muita porcaria), eu acho interessante que o guitarrista The Edge use muito os pedais de efeito em suas composições. Afinal, são pra isso que eles são feitos, não?

Em 1998, quando vieram ao Brasil pela primeira vez, estive lá, na grade, nos 2 shows. Madruguei na fila em 2006, tomei sol e chuva pra ficar em frente ao palco. Em 2011 me emocionei no primeiro show e me irritei nos outros dois, em meu espírito de fã, apresentações totalmente sem graça.

Briguei. Decidi parar de ouvi-los. Mas por pouco tempo. Ao ver o vídeo de Under a Blood Red Sky, de 1983, percebi que a emoção de toda a obra não valia meu desprezo por apenas achar que o show não foi bom. Talvez não fosse o dia deles que havia sido ruim, e sim o meu.

Muito embora eu escute com frequência a frase “gostava do U2 quando eles eram irlandeses”, eu não acho que seja assim. Acho muito bom que eles tenham mudado de estilo, tenham sido experimentais e procurado na carreira aquilo que mais se encaixava para que fossem uma grande banda.

Hoje, é muito bom sair em minhas caminhadas ouvindo os caras que, em 1991, deram outro rumo a minha definição de rock’n’roll. Cada interpretação de Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. ainda me emociona. E tenho certeza que vão me emocionar por muito mais tempo.



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