Naquela festa de seu colega de faculdade,
conheceram-se. Não ficou ali muito tempo, mas os 10 minutos enquanto conversou
com ela foram realmente significativos. Apenas trocaram telefones aquele dia.
No dia seguinte, conversaram um pouquinho por
telefone. Ela estava de saída, tiveram que desligar. Ela lhe enviou uma foto.
Sairiam naquela sexta. Tudo pronto, mas ela lhe
enviou uma mensagem, dizendo que teve um contratempo. Combinaram outro dia.
Teria desistido, se ela não tivesse lhe enviado aquela outra foto, em que se
via ao fundo uma parede com a inscrição Love.
E com aquele desejo e com aquelas fotos em seu celular,
imaginou milhões de momentos felizes com ela. Passariam as tardes pelas praias
da Europa no inverno, que ele adorava, comprariam uma casa na Toscana e
realizaria o sonho dela – que agora também era o seu. Andariam de bicicleta sem
destino e sem hora e dia pra voltar.
Mais um encontro marcado. Ela desmarcou por causa de
uma dor de estômago. Dessa vez nenhuma foto.
Imaginou uma vida juntos. Mandou-lhe mensagens, ela
respondeu algumas. Marcaram o encontro para o dia seguinte. Seria a melhor
tarde de sua vida.
O encontro no café bem longe de sua casa foi algo
único. E terrível. Não conseguiram conversar sobre um assunto sequer. Nem seus
trabalhos - que eram parecidos - conseguiram produzir mais do que dois minutos
de conversa, e cinco de silêncio. Tentou ainda falar de tudo que havia
planejado pra sua nova vida com ela, mas ela queria mesmo era chamar o garçom e
pedir um café. Notou que ele não estava em seu universo. E nem ela.
Tudo o que ele sentiu, tudo o que amou e tudo o que
passariam juntos não estava ali, estava na foto.
Deletou-as.
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