sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Uma foto sua





Naquela festa de seu colega de faculdade, conheceram-se. Não ficou ali muito tempo, mas os 10 minutos enquanto conversou com ela foram realmente significativos. Apenas trocaram telefones aquele dia.

No dia seguinte, conversaram um pouquinho por telefone. Ela estava de saída, tiveram que desligar. Ela lhe enviou uma foto.

Sairiam naquela sexta. Tudo pronto, mas ela lhe enviou uma mensagem, dizendo que teve um contratempo. Combinaram outro dia. Teria desistido, se ela não tivesse lhe enviado aquela outra foto, em que se via ao fundo uma parede com a inscrição  Love.

E com aquele desejo e com aquelas fotos em seu celular, imaginou milhões de momentos felizes com ela. Passariam as tardes pelas praias da Europa no inverno, que ele adorava, comprariam uma casa na Toscana e realizaria o sonho dela – que agora também era o seu. Andariam de bicicleta sem destino e sem hora e dia pra voltar.

Mais um encontro marcado. Ela desmarcou por causa de uma dor de estômago. Dessa vez nenhuma foto.

Imaginou uma vida juntos. Mandou-lhe mensagens, ela respondeu algumas. Marcaram o encontro para o dia seguinte. Seria a melhor tarde de sua vida.

O encontro no café bem longe de sua casa foi algo único. E terrível. Não conseguiram conversar sobre um assunto sequer. Nem seus trabalhos - que eram parecidos - conseguiram produzir mais do que dois minutos de conversa, e cinco de silêncio. Tentou ainda falar de tudo que havia planejado pra sua nova vida com ela, mas ela queria mesmo era chamar o garçom e pedir um café. Notou que ele não estava em seu universo. E nem ela.

Tudo o que ele sentiu, tudo o que amou e tudo o que passariam juntos não estava ali, estava na foto.

Deletou-as.





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