terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O cara mais true do rock’n’roll




Quando falamos das origens do rock, é comum nos lembrarmos de Elvis Presley e dos Beatles. Certamente foram os dois maiores ícones de suas épocas, mas não os únicos. Vale lembrar que o rock é uma dissidência da música country americana e do blues. E que não foi criado por um ou dois, foi um movimento.

Por trás de tudo isso estava a poderosa Sun Records, gravadora de Elvis, Johnny Cash e Jerry Lee Lewis, que ouviu e se encantou com Roy Orbison, o cara mais true do rock’n’roll! Dono de uma voz única e grande compositor, foi referência pra muitos desses astros.

E por que o cara mais true? Roy Orbison foi o melhor amigo dos Beatles no auge do sucesso, influenciou a banda em grande estilo; dividiu o palco e suas composições com Elvis Presley, sempre sem estrelismo ou briga de egos. Nunca se incomodou.

Esperava ser apenas um compositor, mas após algumas músicas rejeitadas por Elvis Presley decidiu se arriscar como cantor. E sua voz de 3 oitavas, com falsetes, bem como suas canções de títulos obscuros- muitas vezes reflexos de sua vida - fez com que atingisse o primeiro lugar  e mantivesse seu sucesso por boa parte dos anos 60.

O melhor da música é que ela não escolhe cor, crença nem visual. Apesar de ser um popstar, Roy era o contraponto dos ídolos da época. Tímido, usava sempre óculos escuros (não comentarei sobre sua semelhança com Chico Xavier...) e não era um showman no palco. Entretanto suas apresentações ao vivo eram algo espetacular, de uma qualidade impecável.

O final dos anos 60 seria trágico para Orbison. Viu sua carreira afundar com a perda da mulher em um acidente e de dois de seus três filhos em um incêndio. Passaria discretamente pela década de 70, mas ressurgiria em meados dos anos 80, graças às trilhas de Uma Linda Mulher e Veludo Azul, e à ajuda dos amigos. Seu carisma o levou a ser o ídolo dos ídolos.

Era comum ter convidados famosos na plateia. E um dos shows mais memoráveis de sua carreira - chamado de Black and White Night - contou com a participação de Bruce Springsteen, Elvis Costello, Tom Waits, Jackson Browne, Jennifer Warnes entre outros. Ah, também participou de um grupo “inexpressivo”, que contava só com o Beatle George Harrison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Lynne, chamado Traveling Wilburys, em 1988.

Se você nunca ouviu falar ou só conhece Pretty Woman vale muito a pena conhecer essa obra de um cara true, que colocou a alma em suas canções de rock’n’roll. Destaque para You Got It e A Love so Beautiful.

E de tão true - terminou sua carreira sem ver seu disco de maior sucesso ser lançado. Em 1989 Roy Orbison teve um enfarto fulminante, e teve que terminar sua turnê no céu. Seu disco póstumo Mystery Girl, cheio de hits, mostrava que finalmente ele voltava a estar feliz.




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