Completando a série, vai mais um exemplo claro do
Marcos Vinicius versão corinthiano
demente:
2003: Corinthians x São Caetano
Quando se sai de casa pra assistir a uma partida de
futebol, o mínimo que se espera é um pouco de diversão. O problema é que esse
tipo de euforia nem passa pela cabeça do torcedor fanático, quando algo o
preocupa. E assim foi minha rotina de jogos do timão na temporada 2003.
10 anos depois de quase acabar com a carreira do
zagueiro Embu (acesse em
http://m-andms.blogspot.com.br/2013/01/drops-do-fanatismo-parte-1.html), estava
eu novamente decidido a mostrar toda minha indignação com mais uma péssima
contratação alvinegra.
Era o inacreditável
goleiro Doni, certamente o jogador que deve ter o melhor empresário do
universo. Futebol não há, mas seu tino empreendedor o levou ao Corinthians, ao
Roma, da Itália e ao Liverpool, da Inglaterra. Ainda foi o goleiro da seleção
brasileira na seleção do Dunga. Eike Batista deve ter tomado aulas particulares
(como conseguir sucesso!) com esse
cara.
09/02/2003 – há 6 meses no time, eu queria morrer que
o frangueiro não havia sido demitido, e continuava a usar a sagrada camisa 1.
Pra quem viu Ronaldo, Valdir Perez, Carlos e Dida aquilo era um sacrilégio. Meu
objetivo na chegada ao Pacaembu não seria apenas xingar o guarda redes, mas sim
conseguir uma legião de pessoas que também o fizesse.
Como um pastor, fui juntando seguidores já antes do
jogo começar. E minha sorte (não a dele) foi estar exatamente atrás do gol
defendido pelo perna de pau (ou mão, talvez...). Um grupinho de aproximadamente
20 torcedores, liderados por mim, o infernizou durante 45 minutos inteiros. Pra
piorar o São Caetano tinha feito 1
a 0.
Ainda assim o rapaz se manteve impávido, saiu de
campo como se nada tivesse acontecido. Em seu inconsciente sabia que, mudando
de lado, seu sofrimento acabaria. Só que não!
Da série não se
sabe por que acontece: talvez porque o torcedor fanático tenha mais
compromisso que o comum, no meu caso de acabar com o dia do rapaz. Saí por trás
do estádio, passei nas bilheterias ainda abertas e pasmem: comprei outro
ticket! E alguns minutos antes da volta do segundo tempo lá estava eu do outro lado do campo, quase um
candidato a vereador, junto a um novo grupo de fanáticos contra o frangueiro.
Na volta da equipe para o segundo tempo, a vaia dos
quase 50 torcedores acabou com sua arrogância. Sim! Ele olhou, e viu que eu
estava lá. Talvez sua pior atuação, 2 jogadores expulsos, um frango e São
Caetano 3 a
0.
E talvez seja apenas o fanatismo que ainda me pega de
vez em quando, mas tenho certeza de que mesmo hoje, jogando na Inglaterra, ele
ainda olha pra trás pra ver se não tem, atrás do gol, um fantasma gordinho de
boné azul e blusa preta, berrando: Vai embora, saco de penas!
Doença se perdoa, Vini! E vc está perdoado! -rs - Ótimo texto!
ResponderExcluirAinda bem q ando mais controlado né Dria? Se bem que minha viagem ao Japão deixa um pouco de dúvida...
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