Quem é suficientemente louco para atravessar o mundo
atrás de um sonho? O torcedor de futebol é. E com respeito a todas as torcidas
do Brasil (não quero em nenhum momento desmerecer ninguém), a torcida do
Corinthians é muito mais.
Somente o auto-intitulado “bando de loucos” levaria
30 mil pessoas a um estádio de futebol no Japão. O melhor de tudo, eu era um
deles.
Estávamos no Rio de Janeiro, no começo de julho. Eu e
meu sócio tínhamos acabado de voltar de viagem dos Estados Unidos. Não tinha
conseguido ver meu time do coração conquistar a América, e sabia que seria um
arrependimento se eu não assistisse ao campeonato mundial de clubes. Uma breve
conversa com nossa agente de viagens, e estava decidido: em dezembro estaríamos
no Japão.
Confesso que a viagem é desgastante. 23 horas de
viagem, com uma breve parada na Turquia. Para quem detesta voar, não é fácil.
Porém a chegada à terra do Sol Nascente acabaria com qualquer desgaste.
Primeira missão: os ingressos! E eles estavam lá,
numerados, com meu nome escrito, com o jogo definido e o nome do Corinthians
neles. Primeiro frio na barriga de muitos que passaríamos.
12/12/12: primeiro jogo. Era a semi final contra o Al
Ahly, do Egito. A viagem era longa: 5 horas de ônibus de Tóquio à Toyota –
depois descobri que poderia ter ido de trem, em 3 horas. Um frio cortante lá
fora, um ônibus quente e o Monte Fuji ao nosso lado dariam o panorama da ida.
Na chegada, uma caminhada de 1
Km até o local do jogo, acompanhados de outros 20 mil
torcedores.
Estávamos lá. Era o Pacaembu do Japão. Conosco, - 2 oC
de temperatura, uma torcida animada, e as comidas de estádio do Japão: churros
à equivalentes 8 reais, um croquete de curry e um cachorro quente frio e com um
pão duro. Tudo pronto.
Confesso que a música de entrada dos times me fez
chorar. No Brasil eram 8 da manhã de uma quarta feira onde só se falava nisso.
Estávamos cansados de ouvir dos anti corinthianos que o Timão não passaria da
primeira fase. Passou! Com um gol de Guerrero aos 29 minutos do primeiro tempo,
estávamos na final de domingo.
Passeios na quinta, sexta e no sábado não tiravam a
empolgação e a apreensão do torcedor. Por onde passávamos ouvíamos o
tradicional “Vai Corinthians”. Desde a Apple Store de Shibuya até à farmácia do
lado do hotel em Tóquio, o Japão estava tomado.
(continua amanhã)
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