Hoje eu estava ouvindo,
por coincidência, uma música chamada “Don’t give up”, do Peter Gabriel, onde,
entre outras frases, a música fala que fomos ensinados a lutar e não desistir,
porque existe um lugar a que pertencemos, ou que nos preocupamos demais, pois
tudo vai ficar tudo bem.
E procurando algum texto
sobre desistência, só achei textos em que “não podemos desistir”. E porque não
se é algo espetacular?
Desistir não é um comando
de gente fraca, sem força de vontade, que não se posiciona. Eu batalhava,
insistia, fazia dar certo, e as coisas simplesmente não aconteciam. Investi em
relacionamentos abusivos, persisti em tentar mudar pessoas, comportamentos,
persisti no trabalho que não me dava nenhum tesão. Fui arrogante. Fui
insistente.
E não, desistir não é a
pior opção. É a personificação de que você pode largar, pode abandonar, pode se
livrar de condutas inadequadas, de pensamentos estranhos, de frases e atitudes
que te machucam. É possível desistir e recomeçar.
É possível desistir de
ouvir um “entendi” como resposta, quando se diz “eu te amo” pra alguém. É
possível desistir de que seu sonho de estar com alguém pra sempre vai durar
quando se ouve “não quero dormir com você esse fim de semana”. É possível
desistir e abrir mão de uma atitude em que se rejeita aquele que te chama de
companheiro, pra que a gente se auto conheça, em primeiro lugar.
E se está a fim de
desistir, desista. Com fé. Desista das pessoas que não te querem, das famílias
chatas, dos padrões e dos carros da moda, das amizades e dos colegas falsos.
Desista de ser aquele você que hoje você já não é nem sombra.
Não precisamos ser fortes
até a morte, não precisamos lutar até cair, não precisamos tentar ficar calmos,
pois em algum momento as coisas se ajeitam. Podemos ser fracos, não ficarmos
calmos e desistir (só um pouquinho) de nós. Pra recomeçarmos muito mais leves.
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