Poucas
vezes na vida tinha vivido algo assim. Os assuntos simplesmente afloravam, a
empatia ficava maior a cada minuto. Teve vontade de conhecer e escutar tudo de
sua vida, tudo o que ela tinha pra contar.
Passou
por uma fase que apenas olhá-la já era suficiente. Estava fascinado. Não que
fosse algo novo, mas era completamente incomum depois de certo tempo.
Tornaram-se
amigos, depois um pouco mais. Contou a ela muito de sua vida, todas as emoções,
os fantasmas, seu jeito de pensar, como as coisas funcionavam, e como ele
reagia. Confiou muitos de seus medos e inseguranças. Ouviu dela segredos;
alguns a fizeram chorar, outros simplesmente despertaram um sorriso. Nada do
que faziam juntos era incômodo, chato ou repetitivo. Era simples. Apaixonou-se.
Pra
ele, ela era tão importante... Fez com gosto tudo aquilo que pudesse agradá-la,
isso lhe fazia muito bem. Recados especiais, comidas favoritas, preocupação
quando não estava tudo bem. A cada passo seu envolvimento aumentava. A paixão
também. Era como em um sonho.
Talvez
tenha percebido que sonhava quando viu que tudo ia muito bem. Colocou seu
coração à prova e o entregou. Notou que o sonho era mais dele do que dela. E
que, como em todos os que já teve, um dia ele acabaria.
Acabou.
Restou
despertar. E guardar apenas as lembranças boas, intensas e libertadoras que
teve. Porém, como em todos os sonhos, seriam efêmeras, quase turvas, voláteis.
Era
agora o momento de manter-se acordado e esperar que, quem sabe um dia, uma nova
paixão o fizesse voltar a sonhar. Dessa vez para sempre.
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