domingo, 18 de agosto de 2013

37


Um menino. Apenas uma criança que sabia desde pequeno que o principal da vida era lutar para conquistar seus sonhos. Alguém que talvez não tivesse o estereótipo físico no qual todos estavam acostumados. E que sofria mais do que realmente deveria sofrer.

Uma amizade. Ou duas talvez. De um garoto que perdia seu melhor amigo depois de ter realizado um sonho comum dos dois. E a descoberta de um novo que representaria a ele a chegada de um irmão mais velho: dedicado, preocupado com suas atitudes nem sempre ponderadas, e que pensava sempre em sua felicidade.

Duas conquistas. A primeira: de ter tornado seu caminho muito mais leve depois de 18 anos remando em águas barrentas e pesadas. Uma reconquista de sua auto-estima inexistente. A segunda: a busca do futuro por meio da escolha do conhecimento. Não o levaria aonde imaginava chegar, mas onde certamente o faria muito mais feliz.

Duas marcas. A primeira: 10. Anos de um caminho de muito prestígio e poder. Tempo no qual, mesmo colocando o seu coração em primeiro lugar, o faria descobrir da pior forma possível que o principal para vencer as barreiras não era o justo, e sim o feio, o corroído, o desleal. Não aceitaria.

A segunda: 40. Quilos de uma vida dedicada não à saúde, nem ao conhecimento, nem à família. Momentos egoístas que, depois de algum tempo, foram divididos de maneira mais egocêntrica ainda, em um nível quase de auto-reclusão.

Um horizonte. Perceber que, no meio de uma tempestade, era preciso se agarrar a quem mais nos protege, e não naquele que apenas nos encolhe apontando nossos erros. E de saber que aquilo que se faz da vida não está apenas em um lugar, o qual julga-se o mais poderoso. E sim naquele que nos faz feliz e que busca de maneira muito acolhedora o ideal no qual nos engajamos.

Uma espécie de quebra. Da barreira intelectual, onde seria possível substituir a classificação quantitativa pela qualitativa. O momento em que se deixa de ser apenas um número e torna-se a pessoa atrás do ideal comum de uma meta. E da barreira sentimental, onde alguma coisa que já não existia há tempos finalmente se desintegrava, libertando todo o ranço e o fel de que estavam impregnados. Pularia de cabeça.

Um momento. Para refletir e se recuperar. O momento intelectual que começava a andar, primeiro engatinhando e depois em pequenos passos, quase como os de um bebê que estaria prestes a andar com passos firmes.

Mais do que um recomeço. Adormecido, quase indiferente, o amor tinha deixado de ser uma trilha escura em um campo sem grama e barrento, e tinha se feito pleno, como ele deve ser: único. E o então adulto voltaria a ser jovem, novamente movido por um sentimento infinito, que o tiraria do barro e da lama outra vez.

Uma espécie de combustível. Era o que ele precisava para se equilibrar novamente. Os encontros, os telefonemas de “bom dia”, a busca constante por um sorriso o impulsionaram a se livrar dos números indigestos novamente. Dos 40 já foram 28, e dos 10 pelos 5 foram recuperados.

Os 2 próximos números que estão por vir talvez sejam os mais importantes de sua vida. Se conquistados com louvor se transformarão em infinito.

E o principal. Um número para comemorar e chamar de seu pelo próximo ano: 37.


Parabéns pra mim.


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