Um menino. Apenas uma criança que sabia desde pequeno
que o principal da vida era lutar para conquistar seus sonhos. Alguém que
talvez não tivesse o estereótipo físico no qual todos estavam acostumados. E
que sofria mais do que realmente deveria sofrer.
Uma amizade. Ou duas talvez. De um garoto que perdia
seu melhor amigo depois de ter realizado um sonho comum dos dois. E a descoberta
de um novo que representaria a ele a chegada de um irmão mais velho: dedicado,
preocupado com suas atitudes nem sempre ponderadas, e que pensava sempre em sua
felicidade.
Duas conquistas. A primeira: de ter tornado seu
caminho muito mais leve depois de 18 anos remando em águas barrentas e pesadas.
Uma reconquista de sua auto-estima inexistente. A segunda: a busca do futuro
por meio da escolha do conhecimento. Não o levaria aonde imaginava chegar, mas
onde certamente o faria muito mais feliz.
Duas marcas. A primeira: 10. Anos de um caminho de
muito prestígio e poder. Tempo no qual, mesmo colocando o seu coração em
primeiro lugar, o faria descobrir da pior forma possível que o principal para
vencer as barreiras não era o justo, e sim o feio, o corroído, o desleal. Não
aceitaria.
A segunda: 40. Quilos de uma vida dedicada não à
saúde, nem ao conhecimento, nem à família. Momentos egoístas que, depois de
algum tempo, foram divididos de maneira mais egocêntrica ainda, em um nível
quase de auto-reclusão.
Um horizonte. Perceber que, no meio de uma
tempestade, era preciso se agarrar a quem mais nos protege, e não naquele que
apenas nos encolhe apontando nossos erros. E de saber que aquilo que se faz da
vida não está apenas em um lugar, o qual julga-se o mais poderoso. E sim
naquele que nos faz feliz e que busca de maneira muito acolhedora o ideal no
qual nos engajamos.
Uma espécie de quebra. Da barreira intelectual, onde
seria possível substituir a classificação quantitativa pela qualitativa. O
momento em que se deixa de ser apenas um número e torna-se a pessoa atrás do
ideal comum de uma meta. E da barreira sentimental, onde alguma coisa que já
não existia há tempos finalmente se desintegrava, libertando todo o ranço e o
fel de que estavam impregnados. Pularia de cabeça.
Um momento. Para refletir e se recuperar. O momento
intelectual que começava a andar, primeiro engatinhando e depois em pequenos
passos, quase como os de um bebê que estaria prestes a andar com passos firmes.
Mais do que um recomeço. Adormecido, quase
indiferente, o amor tinha deixado de ser uma trilha escura em um campo sem
grama e barrento, e tinha se feito pleno, como ele deve ser: único. E o então
adulto voltaria a ser jovem, novamente movido por um sentimento infinito, que o
tiraria do barro e da lama outra vez.
Uma espécie de combustível. Era o que ele precisava
para se equilibrar novamente. Os encontros, os telefonemas de “bom dia”, a
busca constante por um sorriso o impulsionaram a se livrar dos números
indigestos novamente. Dos 40 já foram 28, e dos 10 pelos 5 foram recuperados.
Os 2 próximos números que estão por vir talvez sejam
os mais importantes de sua vida. Se conquistados com louvor se transformarão em
infinito.
E o principal. Um número para comemorar e chamar de
seu pelo próximo ano: 37.
Parabéns pra mim.